sábado, 6 de outubro de 2007

Pseudo revolução

Por Vinícius Souto

Luci Praun, mestre em sociologia pela Unicamp, não acredita na legitimidade do trabalho voluntário da maneira como está constituído. Afirma que é mais uma forma de “acalmar consciências intranqüilas”.

Na sua opinião, poucas pessoas são voluntárias porque acreditam na proposta social de melhorar outras vidas. Afirmou que a maioria busca esse tipo de ocupação pela “pressão” que sofrem de empresas e da mídia. “Querem melhorar o currículo, conseguir um emprego fixo”.

A professora não descarta a possibilidade de o trabalho voluntário ser um mecanismo de exploração social. “Alguém vai, produz e tem a falsa sensação de conforto num mundo desconfortável”. Explica, ainda, que a ação não tem nada de revolucionária, pois não muda efetivamente a estrutura.

O emprego de dinheiro público pelas ONGs é outro fator que causa descontentamento em Luci. “Por que o próprio Estado não investe na educação, em assistência? Há um grande fluxo de dinheiro mal aproveitado”.

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