sábado, 15 de setembro de 2007

Não é bem assim

Por Vinícius Souto

O trabalho voluntário certamente não é desconhecido. Mas não se pode afirmar que é uma prática difusa no cotidiano dos cidadãos. O sistema capitalista vigente não é capaz de solidificar a consciência solidária. Imagine quantas pessoas se recusam a “voluntariar” pelo fato de não haver retorno financeiro.

Se existisse remuneração, crianças, velhos, pobres, pretos, brancos teriam uma assistência semanal, diária, “horária”, “minutária”. De melhor qualidade? Não sei. Mas compromissada. Não honrou a função: não ganha o sonhado salário. Infelizmente, a carência é muito maior do que um dinheiro a ser destinado ao voluntariado.

Falta coração, falta consciência social. No Brasil há 180 milhões de habitantes; deixando de lado os que precisam receber o trabalho, sobram muitos outros que são aptos a oferecer. Onde estão? Em todos os lugares. Mas preocupados com o consumo, com o hedonismo, com a vaidade. As pessoas, a vida? Não se mensuram em cifras, por isso, são tão desinteressantes.

O cidadão condicionou-se ao modelo “tarefa realizada–dinheiro recebido”. O trabalho voluntário não é assim. É “tarefa realizada-paz recebida”. Para quê serve a paz? O dinheiro compra, a paz, não. Enquanto isso, as pessoas sofrem, o mundo desiguala ainda mais. Não coma no Mc Dia Feliz pensando estar mudando o mundo. Ponha a mão na massa e chame alguém para acompanhar-te.

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